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  • Precauções no uso dos fitoterápicos 


As comunidades nordestinas usam, comumente, o termo resguardo para advertir as puérperas acerca de repouso absoluto durante 15 dias, não lavar a cabeça, não comer alimentos quentes ou frios, não fazer esforços físicos, abster-se de carne suína, peixes e ovos, frutas ácidas, repolho, couve-flor, abóbora e mandioca. Mas o resguardo também se aplica a determinados cuidados na convalescença de uma doença ou de um procedimento cirúrgico.
Interrogou-se os herbolários acerca da indicação, ou não, de resguardo para os clientes em uso de ervas medicinais. Detectou-se 57,13% dos herbolários recomendam resguardo; e 42,87% não o recomendam, pois acreditam que as plantas medicinais não fazem mal algum a saúde das pessoas. Perguntou-se aos herbolários se havia plantas medicinais capazes de intoxicar o doente. Dentre os entrevistados, 50% reafirmou a inocuidade dos fitoterápicos, e 50% afirmaram haver várias plantas que são tóxicas. Em muitos casos as pessoas subestimam as propriedades medicinais das plantas e fazem uso delas de forma aleatória. Entretanto, cada vegetal, em sua essência, pode ser alimento, veneno ou medicamento. A distinção entre as substâncias alimentícias, tóxicas e medicamentosas se faz apenas com relação à dose, a via de administração e a finalidade com que são empregadas.
Há uma tendência a generalização do uso de plantas medicinais por se entender que tudo que é natural não é tóxico nem faz mal a saúde. Este conceito é errôneo, porque existe uma imensa variedade de plantas medicinais que, dentre outras propriedades prejudiciais ao organismo humano, são providas de grande teor de toxicidade pela presença de constituintes farmacologicamente ativos, por conseguinte muito tóxicos.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem promovido reuniões internacionais no intuito de criar melhores condições de qualidade, eficácia e segurança dos produtos fitoterápicos. Por sua vez, o Ministério da Saúde (MS) tem encorajado o desenvolvimento de estudos com plantas tradicionais, com a esperança de obter os possíveis benefícios que as pesquisas sobre este assunto podem trazer. Em relação ao aconselhamento dos clientes a usarem as ervas e a consultarem um médico, obteve-se que 35.7% dos herbolários praticam essa orientação. E 74,3% afirmam não haver tal necessidade, pois, “... Os médicos é quem manda que as pessoas procurem os raizeiros para comprarem as ervas para o tratamento” (Júlio). “As ervas são produtos naturais e não fazem mal para ninguém” (Pedro). “As pessoas que compram as ervas sabem que os resultados são bons” (Cícera). “... As pessoas preferem se tratar com ervas porque sabem que as ervas curam” (Ana). “... As ervas têm um melhor efeito que os medicamentos” (Lili). Diferentes interações têm sido descritas entre fitoterápicos e fármacos quimicamente definidos e, algumas associadas à modulação da atividade enzimática no sítio de atuação.


Discente: Juliana Santos Simão


Referência: 
Revista Brasileira de Enfermagem REBEn, Medicina popular: benefícios e malefícios das plantas medicinais. Inácia Sátiro Xavier de França , Jeová Alves de Souza , Rosilene Santos Baptista , Virgínia Rossana de Sousa Britto.Universidade Estadual da Paraíba, Departamento de Enfermagem. Campina Grande, PB 09/08/2007

http://www.scielo.br/pdf/reben/v61n2/a09v61n2.pdf

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